Brasilienses criam startups e explicam vantagens de empreender

O estudante de engenharia mecatrônica Gabriel Fernandes tem apenas 21 anos, mas embarcou numa aventura profissional muito séria. Ele já trabalha na área de relacionamentos e vendas na “Simplifica”, uma startup de educação com foco em aulas particulares. Para ele, o projeto de empresa júnior durante o curso foi fundamental para o negócio que já é um sucesso. Foi a saída para se empregar e já ganhar um salário em um empreendimento brasiliense. Aliás, uma raridade. Segundo a última Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD), apenas 18,4% dos brasilienses trabalham por conta própria.



A capital poderia ter ainda mais negócios assim. Brasília tem o terceiro maior mercado do Brasil para empreender, segundo estudo Índice das Cidades Empreendedoras, realizado pela Endeavor em 2016, mas é o último lugar no ranking das 32 cidades analisadas pelo estudo.  O que agrava o cenário e poderia estimular novos negócios é que a taxa de desemprego no Brasil subiu para 12,4% (pelo menos 13 milhões de pessoas). De acordo com o IBGE, no trimestre que acabou em fevereiro, mais de 890 mil pessoas começaram a participar da população desempregada.
Outro exemplo surgiu da iniciativa do empresário Brunno Falcão, diretor executivo da BF Eventos e Science Play. Para ele, o profissional que cria o próprio negócio ainda é visto como um trabalhador informal. “O autônomo precisa ser muito proativo para que a coisa aconteça. Brasília ainda tem a cultura voltada ao serviço público, o que sobrepõe o comércio. O comércio como um todo está passando por grandes dificuldades”, lamentou.

Condições de incertezas

Segundo o IBGE, existem 23,8 milhões de trabalhadores por conta própria no Brasil. Um dos campos de atuação de vários brasilienses é a criação de startups, empresas que procuram um modelo de negócios “repetível e escalável” com uma equipe trabalhando em condições de incertezas. Esse é o caso da bxblue, startup em forma de plataforma digital que atua como correspondente bancário para facilitar o processo de contratação de empréstimos.
O diretor técnico da empresa, Fabricio Buzeto, ressaltou que altas taxas de desemprego podem servir de incentivo para empreendedores. “O desemprego tem muito mais fatores que apenas uma escolha direta. O ecossistema tem muitas partes envolvidas. De fato, altas taxas de desemprego acabam por incentivar os empreendedores, por falta de opção”, explicou.



No caso do estudante Gabriel Fernandes, ele chegou a ser até presidente da empresa júnior. “Então eu tive muita experiência, contato com clientes, coisas que a gente não vê durante o curso. É bom tanto para a parte técnica do curso, quanto para você desenvolver competências e habilidades empreendedoras”, considerou.
Para o estudante, a alta taxa de desemprego no Distrito Federal pode estar relacionada à ideia do concurso público. “Aqui, infelizmente, a galera ainda tem aquela ideia fechada do ‘vou fazer concurso público’. Isso acaba gastando um tempo e tanto estudando. Não vejo problema nisso, mas existem outras opções. Eu mesmo nunca tive vontade de fazer, justamente pela questão do impacto que eu posso gerar”, ressaltou.

Educação

A implantação do empreendedorismo no currículo escolar é uma atitude que algumas escolas da capital têm feito para adotar novas formas de educar. A estudante de ensino médio Clara França, 16 anos, participou do projeto “Mini Empresas”, do Junior Achievement Brasil em parceria com o colégio Sigma, e ressaltou que a primeira experiência com o empreendedorismo mudou a vida dela. “Eu me senti como se eu tivesse gerindo uma loja real, assim, como se a empresa fosse verdadeira. Foi um dos melhores projetos que já participei”.
A estudante destacou a importância em conhecer o mercado de trabalho para o processo de empreender. “A gente teve contato com pessoas que gerem empresas, a gente teve palestras sobre marketing, finanças e tudo mais. Isso é muito importante, ainda mais para as pessoas da nossa idade, que ainda estão tentando decidir o que a gente quer para o futuro”, ressaltou.
Para apoiar a criação de novas startups, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), por exemplo,oferece capacitação para o novo empreendedor.
Todos os cursos à distância do Sebrae possuem certificado digital 100% gratuito e as inscrições podem ser feitas pelo site oficial do serviço.

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